A
variedade de produtos é grande: tem feijão, mandioca, milho e batata, que é a
principal cultura.
Só que ele não tinha a certificação para vender os produtos
como orgânicos e a empresa pagou pela certificação.
A batata é uma cultura famosa por usar muito
agrotóxico, mas já existem técnicas e produtos alternativos que permitem
controlar pragas e doenças sem usar veneno. A calda bordalesa é um fungicida
pouco tóxico feito com a mistura de cal virgem com sulfato de cobre. No mesmo
pulverizador, ele acrescenta um produto regional, o álcool com castanha de caju.
Na mistura ainda vai um biofertilizante feito ali na propriedade. Depois de
fermentar por 35 dias, a mistura está pronta pra ser usada.
A produtividade varia de 8 a 10 toneladas de
batata por hectare. É pouco, se comparado com as lavouras convencionais, mas o
produtor está satisfeito.
Na produção de verduras e legumes, a
tecnologia existente para a agricultura orgânica já garante produtividade bem
semelhante à dos cultivos convencionais. Mesmo no sertão.
No assentamento primeiro de maio, no
município de Teixeira, a família da Silvania Lima já trabalha com horta há mais
de 15 anos. No começo, a horta era tocada de forma convencional. A mudança pro
orgânico aconteceu há cinco anos.
O lote da Silvania tem nove hectares. A
horta ocupa mais ou menos dois e a especialidade é a produção de cenoura. Para
garantir a qualidade, foi preciso encontrar uma maneira natural de controlar o
nematoide, um verme de solo que não é visível a olho nu e estraga a aparência da
cenoura.
A solução foi o plantio da crotalária, uma
leguminosa que atrai o verme e também serve como adubo verde, porque retira
nitrogênio do ar e transfere pro solo.
Em outro assentamento, que fica no perímetro
irrigado de Souza, quase na divisa com os estados do Ceará e Rio
Grande do Norte, vive o técnico
agrícola Antônio Andrade. "Estamos produzindo berinjela, pimentão e tomate",
diz. A propriedade tem cinco hectares.
Num outro lote perto, vive a família do
Edinaldo Nascimento. Dos cinco hectares da propriedade, pouco mais de meio está
ocupado com o cultivo de hortaliças. O restante da área está ocupado com uma
nova atividade: o plantio de fruteiras, com goiaba, coco e, futuramente,
maracujá. As goiabeiras são cultivadas em consórcio com as hortaliças, para
aproveitar as adubações.
Ele recebe assistência do próprio filho,
Manuel, técnico agrícola que trabalha para a empresa e atende os produtores da
região. "Doença é pouco. O que mais afeta é o pulgão, que atrasa a planta e
transmite virose", diz Manuel. Para controlar o pulgão e outras pragas se usa
produtos biológicos.
A parceria com a empresa aliou tecnologia ao
conhecimento que os agricultores foram acumulando ao longo da vida. Enquanto
desenvolve mercado e busca a melhor maneira de produzir no sertão, a empresa vem
ajudando os agricultores a bancar a adoção das novas tecnologias.
Esse modelo produtivo ainda tem muito o que
caminhar, mas já está mais do que provado que ele melhora a qualidade de vida
das pessoas e do meio ambiente.
Fonte: Portal G1 Natureza
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