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Há meia década atrás, haviam
sido identificadas 26,2 mil queimadas nos primeiros seis meses de 2007 pelos
satélites do Inpe. Já neste ano, no mesmo intervalo de tempo, foram 40,2 mil
focos de incêndio.
Para o pesquisador do Inpe
Alberto Setzer, responsável pelo monitoramento de queimadas, há três fatores que
levam ao aumento dos focos de incêndio: o clima seco, a expansão agropecuária e
a fiscalização deficiente. Ele avalia que várias regiões do Brasil estão
passando por falta de chuva, o que influencia no aumento das
queimadas.
"Existe uma tendência a se
configurar o fenômeno do El Niño, na região da América do Sul, o que favorece
para a estiagem que estamos vendo agora. Isso faz parte de um contexto maior e
global, que envolve fenômenos oceânicos e climáticos", afirma Setzer.
O pesquisador afirma que as
queimadas são proibidas por lei e que são um crime ambiental. "As pessoas
esquecem de mencionar que o elemento humano é quem começa quase todas as
queimadas", afirma
Recorde
O pesquisador avalia que o número de queimadas de 2012 ano pode bater o recorde da última meia década, que é de 2010, quando o número de queimadas chegou a 44,8 mil em apenas um semestre.
O pesquisador avalia que o número de queimadas de 2012 ano pode bater o recorde da última meia década, que é de 2010, quando o número de queimadas chegou a 44,8 mil em apenas um semestre.
Setzer afirma que o pior
período das queimadas ainda está por vir e deve ocorrer nos próximos seis meses.
"Você está só com uma fração do que ocorreu. Se continuar neste ritmo, vamos
chegar a 200 ou 250 mil" focos de incêndio até o fim do ano, diz o
cientista.
"Está se configurando uma
situação grave e preocupante este ano. Estamos vendo focos de queimada no
Pantanal, no Maranhão, em Mato Grosso. A situação é alarmante e bem
preocupante", ressalta Setzer.
NordesteA
região Nordeste, composta por nove estados, é a campeã no número de incêndios
até agora - foram registrados 16,2 mil focos de queimada, o equivalente a 40,4%
do total. A estiagem no Nordeste está maior do que em outras regiões , ressalta
Setzer. "É um período de seca bastante anômalo, em que estão sendo necessários
carros-pipa na região. Isso confirma que a variação do clima está ocorrendo",
ressalta.
A expansão agropecuária é
causa de queimadas principalmente na fronteira sul da Amazônia e na região
central do Brasil, avalia o especialista. "A expansão da soja e de outras
culturas ainda está ocorrendo. Com a questão do Código Florestal, que vai
definir as áreas de desmate, muita gente está pensando que vai ser anistiada se
desmatar. Você percebe uma consequência desta discussão no uso do fogo" para
limpar as fazendas, diz Setzer.
Na comparação entre 2011 e
2012, o aumento no número de queimadas foi ainda maior - passou de 23,6 mil
entre 1º de janeiro e 10 de agosto do ano passado para 40,2 mil neste ano. A
atitude "criminosa" de realizar queimadas causa multas que quase nunca são
pagas, avalia Setzer. O pesquisador pondera que a fiscalização é importante, mas
que precisa ser feita com mais rigor.
"O Ibama e outras instituições
têm aplicado multas significativas para os criminosos. Só no ano passado, foram
mais de R$ 1 bilhão. Por outro lado, o que foi arrecadado com multas foi mínimo
perto disso. As pessoas cometem o crime, são multadas e não pagam. Elas acham
uma forma de contornar esta situação", reflete o cientista.
Fonte: G1
Natureza
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