A área de vegetação nativa do
Pantanal na região da Bacia do Alto Paraguai caiu de 86,6% para 86,2% no período
de 2008 a 2010, o que indica avanço do uso do solo para agricultura e pecuária,
conforme levantamento divulgado nesta terça-feira (20), em Campo
Grande.
No relatório "Monitoramento
das alterações da cobertura vegetal e uso do solo na Bacia do Alto Paraguai
(BAP)" também consta que a área preservada no planalto passou de 41,8% para
40,7%.
O monitoramento foi realizado
pelas ONGs Conservação Internacional, Fundação Avina, Instituto SOS Pantanal,
WWF-Brasil e pela Embrapa Pantanal. Também teve o apoio da SOS Mata Atlântica e
da Ecoa-Ecologia e Ação, e execução técnica da Arc Plan.
No relatório divulgado hoje,
que abrange período de 2008 a 2010, os ambientalistas apontam que, mesmo
mantendo 86,2% de sua área natural conservada, o Pantanal não está livre de
ameaças. A principal preocupação é a conversão do uso do solo para a agricultura
e a pecuária, em especial no região de planalto da bacia, onde estão as
nascentes dos rios que correm para a planície pantaneira.
As áreas de pastagens
aumentaram tanto na planíce - de 11,1% para 11,3% - quanto no planalto, de 43,5%
para 43,9%. A agricultura manteve índice estável na planíce (0,3%), mas aumentou
de 9% para 10% no planalto.
O relatório foi entregue nesta
terça-feira para a vice-governadora em Mato Grosso do Sul Simone Tebet (PMDB),
que avaliou de forma positiva o índice de cobertura vegetal, que indicaria
pequeno avanço da ação do homem. "Não teve avanço significativo, o estudo mostra
que podemos ter esperança e que o Pantanal está sendo preservado".
Simone disse que a preocupação
é com área de cerrado, por conta das queimadas responsáveis por aumento da área
degradada. Segundo a vice-governadora, o policiamento está sendo intensificado
para evitar a queima ilegal.
O estudoO
monitoramento das alterações da cobertura vegetal e uso do solo no BAP foi feito
em território brasileiro, que vai desde as cabeceiras até a confluência do rio
Paraguai com o rio Apa, na fronteira entre o Brasil e o Paraguai. Essa bacia
hidrográfica possui uma área total de 620 mil km², sendo que 60% estão em
território brasileiro.
O objetivo do estudo é
acompanhar a mudança de uso e ocupação do solo, além das alterações na cobertura
vegetal desta bacia hidrográfica, que abriga o Pantanal. Os dados poderam ajudar
a entender melhor a reducação na dinâmica de alteração, com a análise de fatores
socioeconômicos e também de melhoria de eficiência produtiva da agropecuária nas
áreas já consolidadas.
Fonte: Portal G1 MS
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