sexta-feira, 3 de setembro de 2010

NEUTRALIZAÇÃO DE CARBONO COMO VISÃO DE FUTURO

Notícias sobre a mudança do clima e suas conseqüências desastrosas são diariamente veiculadas. É notório que o clima mundial está sendo alterado e se aquece cada vez mais.

Ao contrário do que muitos pensam, o Efeito Estufa não é prejudicial à Terra. Caso não houvesse o Efeito Estufa, a Terra seria 33 °C mais fria. Então nos perguntamos: o que está afetando o clima?A grande problemática do aquecimento global está relacionada ao excesso da quantidade de gases de efeito estufa existentes em nossa atmosfera, pelo qual nós, humanos, somos responsáveis. Cada pessoa diariamente é responsável pela emissão desses gases, desde o simples ato de respirar, dirigir um automóvel, cozinhar, consumir energia elétrica ou produzir lixo.
Há, ainda, uma enorme contribuição das indústrias para o agravamento do Efeito Estufa, o qual ganha evidência a partir da Revolução Industrial. Esta foi um marco importante na intensificação dos problemas ambientais, pois nesse período ocorreu a substituição da força motriz animal pela mecânica. Destaca-se que a maioria da energia utilizada para o funcionamento das máquinas era oriunda do carvão mineral, do petróleo e do gás natural, os quais são combustíveis fósseis e liberam os gases de efeito estufa.
A fim de mitigar as mudanças climáticas, em 1997, foi acordado o Protocolo de Kyoto, o qual prevê que os países industrializados possuem a meta de reduzir a emissão de gases de efeito estufa em 5%, em média, em relação aos níveis verificados no ano de 1990, no período compreendido entre 2008 e 2012, primeiro período do compromisso.

Apesar do Brasil ainda não possuir meta para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa, verifica-se que é o 4º país no ranking dos que mais liberam esses gases, perdendo apenas para Estados Unidos, China e Rússia. Logo, o Brasil não só pode, mas deve contribuir no combate ao aquecimento global. Diversas mobilizações têm sido realizadas em todo o globo terrestre à procura de soluções ecoeficientes visando a mitigação do clima. Dentre essas destacamos a Neutralização de Carbono.

A neutralização de carbono é uma forma voluntária de combater as emissões dos gases de efeito estufa. Neutralizar carbono significa capturar da atmosfera esses gases que são emitidos nas execuções de atividades e incorporá-los em projetos florestais. A neutralização de emissões de gases de efeito estufa é realizada, primeiramente, através da substituição de uma fonte de energia de origem fóssil por uma de origem renovável, e, posteriormente, através de plantio de árvores em áreas degradadas.

Os combustíveis fósseis, como, por exemplo, petróleo e carvão, emitem gás carbônico e outros gases de efeito estufa. Assim, a primeira ação a ser realizada para a neutralização das emissões é a substituição dessas fontes de energias “sujas” por fontes de energias “limpas”, também denominadas de energias renováveis. Dentre estas podemos destacar o biodiesel, álcool, biogás, energia eólica, solar e outras produzidas por biomassa.

A segunda ação a ser realizada é o plantio de árvores em áreas degradadas. As árvores, durante seu crescimento, absorvem carbono da atmosfera através do processo de fotossíntese, fixando este carbono em suas biomassas. Portanto, para as atividades que tiveram suas fontes de energia fósseis substituídas por renováveis, mas que ainda continuam a emitir gases de efeito estufa é realizado o plantio de árvores nativas em áreas degradadas.
As atividades a serem neutralizadas podem ser de qualquer tipo de empreendimento, seja industrial, empresarial, administrativo, de entretenimento ou promocional.
Como forma de evidenciar que suas emissões de gases de efeito estufa foram neutralizadas, os empreendimentos são certificados com um selo, o qual pode ser utilizado nos produtos, sites ou anúncios publicitários e tornam público sua atitude de não agressão ao meio ambiente e de compromisso com o futuro sustentável do planeta. Os empreendimentos que neutralizam suas emissões recebem condições e tratamentos distintos em negociações com clientes, fornecedores, agentes financeiros e governos, uma vez que cria uma imagem “verde”, a qual é cada vez mais apreciada e perseguida por todos.
Para o setor produtivo, a crise ambiental que se aproxima pelo agravamento do efeito estufa forçará o Brasil a assumir metas de redução de sua emissão de gases, assim como já ocorre para os países desenvolvidos. Paradoxalmente, o tema é ainda tratado como sensível dentro das esferas governamentais, porém começa a ser incorporado pelas empresas brasileiras. Ainda que os países em desenvolvimento não tenham metas, haverá barreiras tarifárias ou técnicas nas outras nações. Portanto, quem tem visão de futuro investe em redução e neutralização de emissões, que ainda são investimentos acessíveis.

Autor: Danielle Limiro e Taís Seibt são especialistas em neutralização de carbono e sócias da Renaldo Limiro Advogados Associados S/S

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