terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

MPE vai investigar causas da mortandade de peixes no rio Negro


O Ministério Público Estadual (MPE), por meio da 1ª Promotoria de Justiça de Aquidauana, vai abrir nesta segunda-feira (31) procedimento para investigar a morte de milhares de peixes no curso do rio Negro. O Procedimento de Investigação Preliminar (PIP) será instaurado em conjunto com a Polícia Militar Ambiental (PMA) após a formalização da denúncia da produtora rural Beatriz Rondon.

► Ouça entrevista que Beatriz Rondon concedeu ao Bom Dia MS (http://rmtonline.globo.com/addons/video_player.asp?em=3&v=24538)

Os peixes começaram a aparecer mortos na quarta-feira passada (26) próximo à fazenda Rio Negro, município de Aquidauana, região do Pantanal. No local, morreram várias espécies da região: pintado, cachara, dourado, piranha, tuvira, sardinha, arraias e pacú.

Conforme a assessoria jurírica da promotoria, outras amostras da água do rio serão colhidas por técnicos e serão enviadas para análise em laboratório. Com o procedimento, serão apuradas as causas do desastre ambiental e, consequentemente, se teve algum culpado.



Possíveis causas

As causas da mortandade dos peixes só serão descobertas após a análise da água do rio. Porém, o engenheiro ambiental, Ariel Ortiz Gomes, disse em entrevista ao Portal TV Morena que há grande possibilidade de ter ocorrido a 'dequada' [fenômeno natural caracterizado pela alteração das características da água, como cor, odor, oxigênio dissolvido, gás carbônico dissolvido, pH, condutividade elétrica, nutrientes (nitrogênio, fósforo, carbono), demanda bioquímica de oxigênio, dentre outros].

Segundo Gomes, se há grande quantidade de matéria orgânica nos rios, possivelmente levada pelas chuvas, os microorganismos que vivem lá consomem mais oxigênio para degradá-la. Consequentemente, diminui a quantidade do gás para os peixes e toda a fauna aquática. "E muitos dos peixes que morreram não são tão resistentes à falta de oxigênio".

Outra possível causa da morte dos peixes seria alguma substância tóxica (por exemplo, agrotóxico) que entrou em contato com a água. Mas o engenheiro ambiental reforça que só será possível diagnosticar as causas da mortandade após a análise da água do rio.



Chuvas

Dados da estação de Aquidauana do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) apontam que a última chuva forte na região ocorreu entre às 23h do último dia 23 e 0h do dia 24. O índice registrado nesse período foi de 27,4 mm. Uma hora depois, choveu 5,5 mm. Outras chuvas menos intensas foram registradas até quarta-feira (26), dia em que os peixes foram encontrados mortos pelos moradores da região.

O meteorologista da Uniderp/Anhanguera, Natálio Abrão Filho, informou que, para o mês de janeiro, eram esperados 195 mm de chuva na região, mas as precipitações totalizaram 351,4 mm.



Caso anterior

Segundo a PMA, este foi o primeiro caso de mortandade de peixes em grande quantidade registrado neste ano. Em novembro de 2009, centenas de peixes morreram no rio Paraná, na parte inferior da usina Jupiá, localizada na divisa com o Estado de São Paulo. Na ocasião, espécies como taguara, piapara, traíra, piau e curimba morreram em consequência de um apagão que desligou as turbinas e reduziu o nível da água e a quantidade de oxigênio no rio.



Fonte: Portal RMT Online

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