quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Desequilíbrio ambiental está matando um dos principais rios do Pantanal


Um dos principais rios da região Centro-Oeste do Brasil está morrendo. O Taquari atravessa dois estados.


A falta de chuva e o desmatamento provocaram um desequilíbrio profundo. Areia. Muita areia!  Um cenário pantaneiro que surgiu há 30 anos, mas pouca gente conhece. 


Antes, matas exuberantes cobriam as margens do Rio Taquari. Uma infinidade de plantas e animais silvestres podiam ser vistos na região.


Hoje, nem da pesca dá para viver por aqui. O pescador lamenta: "Eu acho que esse rio vai secar. Eu acho que não vão dar jeito nele".

O Taquari tem 800 km de extensão e nasce no estado de Mato Grosso. Percorre o Planalto até chegar ao Pantanal em Mato Grosso do Sul. Erosão e assoreamento, provocados pela derrubada das matas. Até a navegação está comprometida.

A bacia do Alto Taquari está sofrendo tanto com o assoreamento que a equipe tentou passar por um trecho mas a embarcação atolou. O jeito foi descer e empurrar o barco. O piloto, diz que a travessia naquele ponto é mesmo complicada: "A partir daqui não tem jeito, é só puxando a embarcação aproximadamente uns 400, 500 metros".


Cerca de quatro mil famílias ribeirinhas vivem hoje na Bacia do Taquari. Muitas estão isoladas.

Luciano Leite, presidente do Sindicato Rural de Corumbá fala das dificuldades: "É um meio de transporte nosso. Nosso único meio de transporte! Principalmente nós que somos da parte pobre, bem assim dizer assim".

Em um trecho, o rio está secando porque a água encontrou outros caminhos para percorrer. Com o assoreamento do Taquari, um grande volume de água desviou-se do curso do rio e inundou áreas que antes eram secas, como a região conhecida como Boca do Caronal. Para os pesquisadores, esse é o mais grave impacto ambiental e socioeconômico do Pantanal, porque a inundação por aqui é permanente. Mais de um milhão de hectares já estão embaixo d'água. Áreas antes ocupadas por pastagens e gado.

Muitos produtores abandonaram as fazendas alagadas. O sindicato rural de Corumbá, a maior cidade pantaneira, calcula que quase dois milhões de  bezerros deixaram de ser produzidos.

Emerson Siqueira, procurador do MP, comenta a situação:  "Não tem trabalho, não gera emprego, renda, nada para o município e para o estado".

O Ministério Público Federal pede na Justiça medidas para tentar reverter o desastre ambiental: "Precisa haver um programa de conscientização, medidas de conscientização, de educação ambiental para os que efetivamente usufruem do rio de forma direta: pescadores, produtores rurais, populações ribeirinhas", diz o representante do MPF.

A Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul disse que já está discutindo ações para tentar diminuir os impactos sofridos pelo Rio Taquari.

Bom Dia Brasil

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