segunda-feira, 31 de agosto de 2015

O Pantanal conquista a Suécia


O Pantanal encantou os participantes da Semana Mundial da Água, (World Water Week), um dos mais importantes fóruns sobre recursos hídricos do mundo. Espectadores de diversos países assistiram à apresentação “Mudanças não acontecem de repente”, em que o coordenador do Programa Água para Vida do WWF-Brasil, Glauco Kimura de Freitas, falou sobre a importância do trabalho de conservação dos rios e das nascentes das “cabeceiras”. 


É nessa região, localizada no planalto da bacia do Paraguai, no estado de Mato Grosso, onde nascem 30% das águas que alimentam a biodiversidade pantaneira e garantem o abastecimento de municípios onde vivem e trabalham pelo menos três milhões de pessoas.

“Desde 2008, o WWF-Brasil mapeia áreas críticas de degradação das cabeceiras dos principais rios que formam o Pantanal, mas foi em 2012 que vimos que era necessária uma ação urgente”, disse Kimura de Freitas. Um estudo organizado pelo WWF-Brasil, a The Nature Conservancy (TNC) e outros parceiros mostrou que justamente essa área das cabeceiras estava em alto risco por desmatamento, erosão dos solos e construção de hidrelétricas.


Foi assim que surgiu o Pacto em Defesa das Cabeceiras do Pantanal, uma aliança entre mais de 70 entidades do setor público (governo do estado de Mato Grosso, prefeituras e assembleias legislativas), setor privado (empresas e setor agropecuário) e a sociedade civil organizada pela defesa das águas da região. O grupo listou 34 soluções para os problemas relacionados às cabeceiras desse rico e sensível bioma. Cada entidade que aderir ao Pacto se compromete voluntariamente a implementar em sua localidade pelo menos três das 34 ações para preservar as nascentes e os rios.


Para desenvolver as atividades na área das cabeceiras, o WWF-Brasil contou com o apoio do Programa HSBC pela Água que destinou US$ 100 milhões em cinco anos para que organizações não governamentais pudessem desenvolver atividades relacionadas aos recursos hídricos em cinco bacias hidrográficas: do rio Paraguai, Pantanal; Yangtze, na China; Ganges, na Índia, Mekong, que percorre parte da China, Laos, Tailândia, Camboja e Vietnã; Ruaha e Mara, no Quênia e Tanzânia. Essas iniciativas devem beneficiar um milhão de pessoas ao redor do mundo.

Por que o Pantanal?

O Pantanal é a maior área úmida do planeta, abriga uma rica biodiversidade - mais de 5 mil espécies vegetais e animais registrados e sustenta atividades econômicas como a pesca, o turismo e a pecuária. Um estudo apresentado pela Empresa Brasileira de Agropecuária (Embrapa) em 2009 revelou que o Pantanal gera US$ 212 bilhões ano em serviços ambientais. Se essas regiões fossem convertidas em áreas agrícolas e pastagens geraria apenas US$ 400 milhões ao ano.

O que conhecemos por Pantanal são áreas alagadas pelo transbordamento dos rios e lagos. “As áreas úmidas são importantes para o ecossistema porque são grandes reservatórios de água doce, recarregam o nível d’água do solo, regulam o clima e também mantém uma grande biodiversidade associada ao ritmo de suas águas”, explicou Kimura de Freitas.

As águas das cabeceiras do Pantanal afetam a todo o ecossistema e, em risco, podem causar a extinção de espécies animais e vegetais, problemas de abastecimento de água e inclusive influenciar outras regiões do Brasil. “Sabemos que as chuvas no sudeste dependem, em alguma medida, da evaporação dos rios pantaneiros”, disse o coordenador do WWF-Brasil. “Além disso, muitos rios que desaguam nas regiões sul e sudeste nascem no Pantanal”, completou

WWF Brasil

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