quinta-feira, 29 de julho de 2010

Áreas de lavoura e pastagem de gado mau conservadas contribuem para aumento do C02 no meio ambiente

A poluição causada pelo mau uso do solo é um dos assuntos a serem abordados na XVIII Reunião Brasileira de Manejo e Conservação do Solo e da Água, que será realizada em Teresina, nos dias 8 a 13 de agosto, no Rio Poty Hotel.

O pesquisador da Embrapa Agrobiologia, do Rio de Janeiro, Dr. Robert Boddey irá abordar a temática “Impacto potencial da intensificação da produção de bovino de corte nas emissões de Gases Efeito Estufa”, palestra a ser proferida no dia 11 de agosto, a partir das 8 horas.


A sua palestra será em torno de um estudo realizado em parceria com outros pesquisadores sobre mudanças nos estoques do carbono do solo dos Cerrados cultivados com pastagens de braquiária, uma gramínea forrageira bastante plantada em áreas extensas da região do Cerrado brasileiro.


Segundo o estudo, neste bioma as raízes podem representar maiores estoques de carbono do que aquelas presentes na biomassa aérea. Inevitavelmente, as raízes se decompõem e grande parte do carbono nelas estocado acaba sendo perdido com o dióxido de carbono (CO2) para a atmosfera. O CO2 é um dos gases que mais poluem a atmosfera.


Nos anos 70 a 90, a braquiária foi bem adaptada às condições de acidez do solo e à baixa fertilidade, o resíduo dos fertilizantes utilizados para a lavoura de grãos foi suficiente para estabelecer pastagens de boa produtividade. Entretanto, a grande maioria dos pecuaristas da região explorou essas pastagens ao longo dos anos com altas (inapropriadas) taxas de lotação de bovinos, praticamente sem correção do solo e fertilização. Em consequência, grandes áreas das pastagens plantadas nos últimos 30 ou 40 anos se encontram em estado avançado de degradação.


Desde os anos 80, a fronteira agrícola vem avançando sobre o Cerrado em direção a Amazônia. Soja e cana de açúcar já ocupam grandes áreas nesta região. Como se tratam de “commodities” agrícolas para exportação, os produtores de soja e etanol e açúcar no exterior vêem com crescente preocupação a concorrência do agronegócio brasileiro. Em função disso, países do primeiro mundo alegam que a expansão das áreas de soja e cana no Brasil promove o desmatamento, e consequentemente induz a grandes emissões de CO2 pela redução dos estoques de carbono da vegetação nativa e do solo.


O pesquisador alega que a concentração de carbono no solo é importante para evitar aumento das Emissões de Gases Efeito Estufa, no entanto, se houver desmatamento para plantio e criação de gado sem promover a fertilização e o bom manejo do solo onde estes animais pastam, certamente pode haver perda de carbono do solo e somente com estudos mais avançados é que se pode afirmar o grau de degradação do meio ambiente.


A XVIII Reunião Brasileira de Manejo e Conservação do Solo e da Água está com inscrições abertas no site www.cpamn.embrapa.br/rbmcsa. O evento é promovido pela Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS) e tem realização da Embrapa Meio Norte, UFPI e apoio do Governo do Estado do Piauí. A organização é da Radical Produções.

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