sexta-feira, 30 de julho de 2010

Estado é peça-chave na preservação do meio ambiente

Sem políticas de estímulo, empresas investem pouco em tecnologias verdes

Serão necessários entre US$ 75 bilhões e US$ 100 bilhões por ano para que os países em desenvolvimento se adaptem às mudanças climáticas, entre 2010 e 2050. A informação publicada pelo Banco Mundial vem acompanhada de um criterioso estudo demonstrando como a integração de políticas de gestão e o desenvolvimento de novas tecnologias se apresentam como as principais soluções para proteger a população mundial contra os efeitos das alterações no clima.

Desde a ratificação do Protocolo de Kyoto, observa-se o comprometimento de um número cada vez maior de nações em prol da adaptação às mudanças do clima e da redução dos danos ao meio ambiente. Como resultado, vemos emergir novas políticas relacionadas ao aquecimento global e metas compulsórias e voluntárias visando à redução de emissões em diversos setores econômicos e industriais.

Entretanto, enquanto novas regulamentações criam políticas cada vez mais abrangentes, cresce a necessidade de tecnologias de baixo carbono que atendam às metas de redução de emissões. Energias renováveis, eficiência energética, substituição de combustível e manejo de resíduos são exemplos de onde é possível, hoje, desenvolver projetos de carbono.

Embora o número destes projetos tenha crescido significativamente, urge a necessidade de explorar novas frentes, dado que as emissões aumentam significativamente todo ano. Mesmo que investir alto em tecnologias mais agressivas, como geração eólica, não pareça a alternativa economicamente mais lógica, ainda é a melhor e mais rápida solução para resolver as principais questões envolvidas com as alterações do sistema climático. Prova de que o investimento compensa é o surgimento de programas incentivando tecnologias de produção mais limpa e fomentando a pesquisa e desenvolvimento na área, atrelados os fundos para projetos de carbono, buscando também a geração de conhecimento e transferência tecnológica. Mas ainda podemos tirar muito mais vantagens destes programas.

Seja para economias desenvolvidas ou em desenvolvimento, a garantia do bem estar das nações requer iniciativas em inovação tecnológica, empreendedorismo e criatividade para driblar os desafios das mudanças climáticas. E para que isso seja possível, é indispensável a criação de programas e investimentos que atraiam, apóiem e viabilizem as melhores idéias.

É o caso das políticas de mudanças climáticas nos três níveis: Política Nacional sobre Mudança do Clima (Lei federal n. 12.187/2009), Política Estadual de Mudanças Climáticas (Lei No. 13.798) e Política de Mudança do Clima no Município de São Paulo (Lei 14.993, de 5 de junho de 2009). As regras estão definidas, os setores foram apontados e as metas postas. Não há dúvidas de que é necessário que empresas lancem mão de inovações tecnológicas para adequarem às exigências legais e do mercado.

Por Ernesto Cavasin Neto, especialista em Sustentabilidade empresarial, Gerente Executivo da PricewaterhouseCoopers, Membro do Conselho da Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Carbono.

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