quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Aquecimento global inegável?

Relatório publicado esta semana pela U.S. National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), em parceria com mais de 300 cientistas de 48 países, incluindo o Brasil, chamou minha atenção pelo título Ten key indicators show global warming ‘undeniable’ (10 indicadores-chaves mostram que o aquecimento global é inegável).

A leitura do documento me impressionou pela presteza com que aborda a questão do aquecimento global, buscando focar nos principais indicadores que podem comprovar que o planeta está (ou não) se aquecendo: aumento da temperatura sobre os continentes, oceanos, fundo e superfície dos mares e na troposfera; aumento do volume do nível dos mares; redução da umidade atmosférica e da cobertura de neve do planeta e quebra das geleiras.

Dada a vasta abordagem e ampla coleta de dados realizada, não resisti à tentação e fiz o download do relatório completo, assim como do resumo deste. Ambos pode ser encontrados no link http://www.ncdc.noaa.gov/bams-state-of-the-climate/2009.php. Passei então à leitura do relatório e à degustação das evidências transmitidas por pesquisas sérias que embasam e motivam as pessoas que trabalham nas áreas de Sustentabilidade e Carbono.

Essas pessoas buscam a conscientização dos governos, da sociedade civil e do meio empresarial para reduzir as emissões de GEEs (enquanto temos chance de evitar os desastres previstos pela nossa ciência atual) e o planejamento de ações de adaptação de curto, médio e longo prazos para que os impactos não sejam tão desastrosos para o planeta.


Para mim, nunca houve dúvidas com relação à necessidade de agirmos rapidamente e de forma eficaz contra o aquecimento global, mesmo que, neste momento, não tenhamos 100% de certeza com relação a seus impactos (a probabilidade atual é de 90%, segundo o 4º Relatório do IPCC).

No mesmo dia em que li o relatório da NOAA, encontrei na internet uma reportagem sobre a IV Reunião do BASIC – grupo formado por Brasil, África do Sul, Índia e China – realizada no mês passado no Rio de Janeiro. No evento, os ministros do meio ambiente desses países declararam que as nações desenvolvidas falharam ao reduzir suas emissões domésticas, ao financiar programas de reduções em países pobres e que as expectativas de se chegar a um acordo global na COP16, em Cancún, no México, é muito baixa.


Naquele momento, eu me perguntei e agora pergunto aos leitores do blog: será que para os representantes mundiais, detentores do poder para a realização das mudanças necessárias ao planeta, o aquecimento global é inegável?


* Com colaboração de Leandro Salvático de Freitas, consultor da Unidade de Carbono da KEYASSOCIADOS

Um comentário:

  1. Acabamos (Núcleo de Estudo em Percepção Ambiental / NEPA) de concluir uma pesquisa - Região da Grande Vitória (ES) - envolvendo cerca de 1000 católicos e evangélicos (metad de cada), voltada ao estudo da percepção ambietnal da sociedade frente à problemática das Mudanças Climáticas. Os dados estão à disposição dos interessados.

    Roosevelt
    roosevelt@ebrnet.com.br

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