terça-feira, 10 de agosto de 2010

O Papel das Florestas nas Mudanças Ambientais Globais

O desenvolvimento tecnológico do homem nos últimos séculos foi baseado principalmente no uso de energia de combustíveis derivados do petróleo e carvão mineral. Estes combustíveis foram formados pela acumulação de matéria orgânica por longos períodos geológicos (da ordem de milhões de anos) que o transformaram em uma "sopa" de moléculas orgânicas ricas em energia. Ao serem utilizados, emitem carbono sob a forma de gás carbônico, que se acumula na atmosfera.
O acúmulo de gás carbônico na atmosfera provoca o aquecimento da superfície da terra, fenômeno esse conhecido como efeito estufa. Outros processos intermediados pelo homem também contribuem com emissões de gás carbônico e outros gases de efeito estufa para a atmosfera. Entre eles, o uso da terra, determinados processos industriais e o tratamento de efluentes e resíduos são as fontes de emissão de carbono para a atmosfera.
O uso da terra provoca o desmatamento pela substituição das florestas por áreas produtivas com o consumo ou queima da madeira existente na floresta. Essa madeira é feita principalmente de carbono que depois de seu uso ou sua queima vai para a atmosfera. Alguns processos industriais, como a produção de cimento e papel, também emitem carbono para a atmosfera, aumentando o efeito estufa. O tratamento de efluentes e resíduos também contribui para o aumento da concentração de carbono na atmosfera, seja por emissoes de gás carbônico nas estações de tratamento ou pela emissão de metano nos lixões e aterros sanitários.


Esses processos mediados pelo homem vêm provocando mudanças significativas na composição química dos gases da atmosfera que podem estar comprometendo a vida na terra. Esse processo é chamado de Mudanças Ambientais Globais.
Por isso, quando falamos de Mudanças Ambientais Globais, a primeira coisa que nos vem à cabeça são as emissões de gás carbônico que são despejadas na atmosfera todos os dias pela queima de combustíveis fósseis. Sabe-se que as principais fontes deste gás (que por conseguir reter calor, ajuda a aumentar o Efeito Estufa) são: queima de combustíveis fósseis, as queimadas em florestas e os desmatamentos que tem ocorrido desenfreadamente em todo planeta.


Como diminuir o Efeito Estufa e as Mudanças Ambientais Globais?
Uma das únicas maneiras de se retirar o carbono acumulado na atmosfera é a fotossíntese que através da energia do sol, gás carbônico e água, as plantas produzem biomassa sob a forma de madeira (celulose) ou açúcares (carboidratos).
Parte dos carboidratos ela utiliza em sua alimentação, e a outra parte ela estoca na madeira, galhos, folhas e raízes. Além dessa biomassa das árvores (que denominamos de Biomassa Viva Acima do Solo), a floresta também tem outros reservatórios de carbono como, por exemplo: o solo, a serrapilheira (formada pela queda de galhos, folhas e até troncos inteiros que ainda não foram decompostos, mas que lentamente vão ser processados pelos organismos do solo) e a biomassa das raízes.


Por isso é que as florestas funcionam como um "sumidouro de carbono", ou seja, através da fotossíntese, a planta retira CO da atmosfera, nutrientes orgânicos do solo e da água, transformando-os em biomassa, que por sua vez ficam estocadas nas florestas e seus solos.
Dessa forma, quando se queima uma área de floresta, estamos liberando para atmosfera o que esta floresta levou centenas a milhares de anos para incorporar.


De forma inversa, os reflorestamentos contribuem para a retirada de carbono da atmosfera, que através da fotossíntese aumentam sua biomassa, estocando carbono na sua madeira. Além desta incorporação de carbono, as florestas exercem grandes e valiosos serviços sociais para a humanidade. Por isso, considera-se que as florestas em regeneração são medidas que contribuem para a redução do efeito estufa.
Os esforços mundiais para o combate às Mudanças Ambientais GlobaisCom as evidências das Mudanças Ambientais Globais, houve a necessidade de se reduzirem as emissões e estimular o sequestro do carbono atmosférico. Para isso foi proposto o Protocolo de Quioto, um mecanismo internacional que já entrou em vigor e com isso poderá auxiliar a humanidade a enfrentar o desafio das Mudanças Globais. Dentro desta perspectiva há necessidade de se desenvolver novos métodos de estimativa da capacidade de estoque de carbono em florestas. Essa quantificação é feita através de métodos de avaliação de biomassa em florestas, que pode ser feita através de métodos destrutivos ou não destrutivos.

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