A fragmentação das florestas e a caça ilegal são as principais causas do desaparecimento dos grandes mamíferos das florestas da Mata Atlântica. Porcos do mato, queixadas e antas são algumas das maiores vítimas da transformação da florestas em agricultura ou pastos e também são os principais alvos dos matadores. A bióloga Alexandra Sanches, que estuda o comportamento das antas no pós-doutorado na UNESP de Rio Claro, busca estimar o tamanho da população do animal no Brasil.

Maior mamífero presente na Mata Atlântica, as antas costumam ser lentas, solitárias e dóceis. É um animal com hábitos noturnos e com taxa de reprodução muito baixa. Uma gestação dura 13 meses e o filhote permanece com a mãe pouco mais de um ano. A mesma fêmea leva de dois a três anos para gerar de novo. Por serem solitárias, ainda precisam contar com a sorte de encontrar um macho. Alexandra explica a importância do animal para o ecossistema:
“A anta é considerada uma importante dispersora de sementes. Ela pode ingerir sementes de tamanho grande, coisa que muitos organismos não conseguem fazer, e carregam quantidade. As mesmas saem nas fezes, longe de onde foram consumidas. Além da proibição e fiscalização da caça, é interessante pensarmos em corredores ecológico, para ligar fragmentos de Mata Atlântica que foram separados”.
Alexandra fez mestrado em Genética e Evolução e doutorado em Ecologia. Sua tese foi sobre peixes. No fim do não que vem, ela defende a tese sobre antas. Recentemente, o Ibama enviou uma amostra apreendida durante uma caça e a bióloga confirmou que era de carne de anta. O mais interessante é que suas pesquisas são feitas somente através das marcas que elas deixam na mata atlântica:
“Nunca esbarrei com uma anta. Trabalho a partir das fezes e pegadas do anima.”
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