terça-feira, 4 de agosto de 2015

Planta típica do Pantanal vira perfume de empresa francesa

O aguapé, uma planta aquática muito comum no Pantanal de Mato Grosso do Sul virou matéria-prima para um perfume, fabricado por uma empresa da França. Essa planta típica de regiões alagadas já era muito usada em trabalhos artesanais na região de Corumbá, a 415 km de Campo Grande.

A empresa francesa descobriu que a folha do camalote serve para fazer perfumes e deu o nome de Aguapé ao perfume. A planta foi conhecida por meio de uma associação de mulheres artesãs de Ladário, que trabalha com a fibra do camalote, e ganhou uma linha de cosméticos além do perfume.

Eliza Vasques, presidente da associações Mulheres de Fibra, diz que o trabalho foi descoberto pela empresa estrangeiradepois de uma reportagem. "A gente ocupa a fibra do camalote, mas a folha a gente deixava na beira do rio secando, então eles [da empresa] ligaram para a gente e pedindo se a gente poderia vender para eles a folha do camalote. A fibra a gente usa para fazer bolsa, fruteira, suporte para panela, porta-joia, brincos e colares o que a gente imaginar", explicou.

As artesãs garantem que se preocupam com a preservação ambiental, mesmo usando recursos naturais. "A gente pega a fibra, não tira toda da raiz, a gente tira o necessário e vota a raiz na água, porque eles retornam para o rio, onde brotam novamente", disse.

Outros recursos da natureza típicos de Mato Grosso do Sul também são usados por uma artística plástica, que transforma frutos do cerrado em matéria-prima.

As pesquisas com bocaiúva, pequi, pitanga, erva-mate são feitas há três anos, tudo protocolado pela Anvisa para ter solo. Silvio Balduino, consultor do Sebrae, orienta que é possível identificar a oportunidade de negócio com produtos típicos da região. Segundo ele, tem gente produzindo sorvetes, bolos e doces com frutos do cerrado.

Outro exemplo é no sul do estado, onde um banco de sementes crioulas busca promover a agroecologia e sustentabilidade de comunidades rurais. Em Juti, município a 302 km de Campo Grande, as sementes viraram moeda de troca entre os agricultores. Inclusive, uma feira é voltada para estas sementes, que não são tão comuns na região.

Todos esses exemplos de produtos feitos a partir de matérias-primas da natureza se enquadram no mercado de biotecnologia. Interessados no ramo podem fazer curso de biotecnologia, que existe na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) desde 2009 e já formou três turmas.

O objetivo do curso é formar profissionais que possam desenvolver produtos ou serviços a partir de moléculas ou célular de microorganismo, plantas ou animais e esses produtos serem aplicados em diversas áreas. Como pode ser aplicada em diversos ramos, o mercado da biotecnologia está em expansão, segundo a Claudia Daniani, coordenadora do curso. 

Painel Florestal

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